Continuando a minha INVOCAÇÃO DE S. JERÓNIMO, patrono dos tradutores e dos bibliotecários, a viagem pela procura iconográfica do Santo centra-se, hoje, numa freguesia do concelho de Figueira de Castelo Rodrigo, Escalhão, distrito da Guarda.

Naquele dia, seguia pela estrada que liga Figueira de Castelo Rodrigo a Barca d’Alva. Apesar de se encontrar no meu espírito a procura que ia empreendendo, naquele dia de Verão o meu objectivo era o Douro e as suas deslumbrantes paisagens, confesso. Ao atravessar Escalhão, não pude deixar de notar a imponente construção que se apresentava à minha esquerda, mesmo ao lado da estrada. Era a igreja matriz da terra, uma reconstrução do Século XVI, dedicada a Nossa Senhora dos Anjos, soube depois. Paro, estaciono, e como a igreja se encontrava fechada, pergunto por ali se alguém sabe o que devo fazer para visitar a igreja. Logo aparece a chave e entro.

Detenho-me na sacristia e, espanto, o Santo ali estava no teto, acompanhado por mais três doutores da Igreja. Não tenho dúvidas. S. Jerónimo ali estava com o seu leão que o identifica. O fresco necessitava de obras de conservação, como se constata na fotografia tirada na altura. No momento em que escrevo, sei que a Câmara de Figueira de Castelo Rodrigo procedeu a obras de restauro recentemente. Ainda não descobri quem terá sido o pintor do fresco da sacristia, provavelmente datado do séc. XVIII, altura em que a igreja foi alvo de algumas remodelações.

Feliz, segui então para o Douro.