Podia ter sido por causa do livro “Na Patagónia” que Bruce Chatwin escreveu em fins dos anos 70. Mas confesso-vos que só o li pela primeira vez um mês antes de partir para a Patagónia. E não, não foi nada como Chatwin se atreveu a fazer há 40 anos. Nessa altura, ele trabalhava em Londres, no Sunday Times. Um belo dia, enviou um telegrama ao jornal: “Fui para a Patagónia”. No entanto, quando comprei o livro de Chatwin, comprei-o precisamente porque já tinha decidido ir à Patagónia.
Bem, não tenho dúvidas de que o Beagle influenciou muito a minha decisão. Sim, refiro-me ao navio em que Charles Darwin embarcou em 1830 a convite do Capitão Robert Fitzroy. Impossível não ficarmos seduzidos por um lugar que tem montanhas com os nomes de Darwin e Fitzroy, e até um Canal chamado Beagle. E se houver também uma Região de Magalhães, onde fica um Estreito de Magalhães e, mais ainda, Pinguins de Magalhães (sim, sim, o nosso, o da primeira Viagem de Circum-navegação). Será preciso acrescentar que há uma Terra do Fogo, com uma capital conhecida como “Fim do Mundo”?
Talvez nem devesse lembrar-vos que todos nós, em certos momentos da vida e independentemente do porquê, pensamos que partir para o fim do mundo é mesmo a única coisa a fazer… Como Chatwin, não é? Em vez do telegrama, um simples SMS: “Fui para o Fim do Mundo.” (Fiquem atentos ao Blogue, porque os meus argumentos não ficam por aqui.)
Margarida Fonseca Silva
Equipa philos