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Dentro de poucos dias, vamos despedir-nos de 2009. Desta vez, cremos que sem saudades. A profunda crise mundial que atravessamos ainda, a poucos de nós terá deixado indiferentes, ou mesmo incólumes. A quantidade de empresas que ainda vão fechando portas e / ou acrescentando milhões ao desemprego galopante a que temos assistido nos últimos anos, é um factor preocupante que a maioria dos governantes mundiais parece incapaz de resolver. Pelo contrário, a forma como se vão desenvolvendo as “saídas da crise” parecem apontar no sentido de que o mundo pouco ou nada terá aprendido com os estrondosos falhanços recentes e que se prepara para, alegremente, prosseguir o mesmo trilho até ao próximo abismo – que pode ser trágico e definitivo.

A cimeira de Copenhaga que tem lugar no momento em que escrevemos estas linhas pretende apontar novos e urgentes caminhos e parece ser, ainda, uma esperança – será? – para que o mundo tome consciência da realidade complexa em que se encontra e de que o tempo para a mudança é já escasso.

Se permanecermos, de braços cruzados, à espera que a soluções venha unicamente daqueles que detêm o poder, arriscamo-nos a acordar demasiado tarde. É a partir de cada um de nós, individualmente, que terão de construir-se as soluções para a saída duma crise que não é só económica ou financeira, mas que é, sobretudo, uma crise de mentalidades.

Resta-nos, pois, desejar que 2010, seja, realmente, um Ano NOVO!

Texto de Sílvio Oliveira
Tradução de Thomas Kundert
Publicado em dezembro de 2009
Magazinephilos nº 32